quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Faremos uma grande Copa do Mundo...mesmo que isso desagrade a muitos!



Por Edilson Flores

É impressionante a arrogância de alguns cidadãos estrangeiros (de países "desenvolvidos"), em relação aos países latino americanos, principalmente, o Brasil!

Após o anúncio oficial, nesta terça-feira, em Zurique (Suíça), de que o Brasil será sede da Copa do Mundo de 2014, a ignorância de uma prepotente jornalista canadense - cujo nome se quer deva ser lembrado - me chocou profundamente.

A pseudo intelectual iniciou a série de perguntas à delegação brasileira, presente ao evento, questionando Ricardo Teixeira, presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), sobre o que será feito até 2014 para diminuir o alto número de homicídios no Brasil, para que as pessoas que forem ao mundial tenham mais segurança.

Revoltado com a pergunta, Teixeira respondeu que a violência não é um privilégio do Brasil e lembrou que em uma competição esportiva, realizada recentemente no Canadá, policias locais agrediram atletas de outros países. Ele também mencionou alguns assassinatos em série, ocorridos em escolas européias e americanas.

É lógico que os confrontos entre policiais e traficantes engordam cotidianamente o conteúdo dos veículos de comunicação, mas será que nas mesmas edições de um telejornal, por exemplo, os crimes bárbaros que vemos, só acontecem em nosso país?

Não posso afirmar, mas a pergunta desta jornalista, deixa bem claro, pelo menos para mim, que esta cidadã só conhece o Brasil através de números, pesquisas e informações que chegam até ela. Afinal, a jornalista canadense me parece ser mais uma daquelas pessoas que gostam de analisar uma situação de fora para dentro, ou seja, não creio que ela tenha morado, alguns meses que fosse, no Brasil, o que lhe daria a oportunidade de falar sobre nosso país com mais conhecimento de causa.


Alma de vira-lata

O pior é que, falar mal do Brasil, só para ser do contra, não é privilégio de alguns estrangeiros. Tenho ouvido opiniões de colegas jornalistas (BRASILEIROS) que insistem em criticar os estádios do país e afirmar que estes não têm condições de sediar jogos de Copa do Mundo. Mas colegas, sete anos antes da realização de uma Copa do Mundo, nenhum país tem condições. Ou acham que a Alemanha, por exemplo, em 1999 já tinha os excepcionais estádios que abrigaram o mundial de 2006? Santa 'ingenuidade'!

Essas opiniões que afirmam só existir coisas ruins aqui, de que os outros são perfeitos e nós não temos competência para fazer nada, já é extremamente irritante quando vinda do exterior, mas quando são ouvidas dentro de nosso próprio país, causa-me tristeza, por serem ditas por pessoas que nasceram no Brasil, porém, com almas de vira-latas, que acham que o do vizinho é sempre melhor. Estes não conhecem o verdadeiro significado de ser brasileiro e a força que o país possui.

Calma gente! Devemos sim, pressionar nossos governantes, para que tudo seja feito organizadamente, dentro dos prazos e sem corrupção, mas também devemos acreditar que podemos fazer uma das maiores e melhores copas de todos os tempos, afinal, tenho certeza de que, se o país se unir, seremos capazes de tal feito!

Halloween ou Dia das Bruxas?

Fonte:Wikipédia

O Dia das Bruxas (Halloween é o nome original na lingua inglesa) é um evento de cariz tradicional e cultural, que ocorre nos países anglo-saxónicos, com especial relevância nos Estados Unidos, Canadá, Irlanda e Reino Unido, tendo como base e origem as celebrações pagãs dos antigos povos celtas.

História

A origem do halloween remonta às tradições dos povos que habitaram a
Gália e as ilhas da Grã-Bretanha entre os anos 600 a.C. e 800 d.C., embora com marcadas diferenças em relação às atuais abóboras ou da famosa frase "Gostosuras ou travessuras", exportada pelos Estados Unidos, que popularizaram a comemoração.

Originalmente, o halloween não tinha relação com
bruxas. Era um festival do calendário celta da Irlanda, o festival de Samhain, celebrado entre 30 de outubro e 2 de novembro e marcava o fim do verão (samhain significa literalmente "fim do verão" na língua celta).
O fim do verão era considerado como
ano novo para os celtas. Era pois uma data sagrada uma vez que, durante este período, os celtas consideravam que o "véu" entre o mundo material e o mundo dos mortos (ancestrais) e dos deuses (mundo divino) ficava mais tênue.

O Samhain era comemorado por volta do dia
1° de novembro, com alegria e homenagens aos que já partiram e aos deuses. Para os celtas, os deuses também eram seus ancestrais, os primeiros de toda árvore genealógica.

Etimologia

Posto que, entre o pôr-do-sol do dia 31 de outubro e 1° de novembro, ocorria a noite sagrada (hallow evening, em inglês), acredita-se que assim se deu origem ao nome atual da festa: Hallow Evening -> Hallowe'en -> Halloween. Rapidamente se conclui que o termo "Dia das bruxas" não é utilizado pelos povos de língua inglesa, sendo essa uma designação apenas dos povos de língua (oficial) portuguesa.

Outra hipótese é que a
Igreja Católica tenha tentado eliminar a festa pagã do Samhain instituindo restrições na véspera do Dia de Todos os Santos. Este dia seria conhecido nos países de língua inglesa como All Hallows' Eve.

A relação da comemoração desta data com as bruxas propriamente ditas teria começado na
Idade Média no seguimento das perseguições incitadas por líderes políticos e religiosos, sendo conduzidos julgamentos pela Inquisição, com o intuito de condenar os homens ou mulheres que fossem considerados curandeiros e/ou pagãos. Todos os que fossem alvo de tal suspeita eram designados por bruxos ou bruxas, com elevado sentido negativo e pejorativo, devendo ser julgados pelo tribunal do Santo Ofício e, na maioria das vezes, queimados na fogueira nos designados autos-de-fé.

Essa designação se perpetuou e a comemoração do halloween, levada até aos Estados Unidos pelos emigrantes irlandeses (povo de etnia e cultura celta) no
século XIX, ficou assim conhecida como "dia das bruxas", uma lenda histórica.

Atualidade

Com a conversão ao
cristianismo dos povos europeus, foi-se estabelecendo a partir dos séculos IV e V o calendário litúrgico católico, surgindo as celebrações do Dia dos fiéis defuntos e do Dia de Todos-os-Santos, mitigando as referências às entidades pagãs e erodindo a popularidade da sua mitologia em favor da presença dos santos católicos.

Atualmente, além das práticas de pedir
doces ou de vestir roupas de fantasias que se popularizaram inclusive no Brasil, podemos encontrar pessoas que celebram à moda celta, como os praticantes do druidismo (o druida era o sacerdote dos celtas) ou da wicca (considerada como uma forma de bruxaria moderna).

Um ritual habitual na noite de
31 de outubro é o de acender uma vela numa das janelas de casa, em homenagem aos seus ancestrais.

Muitos
grupos se reúnem e meditam em volta de fogueiras para honrar seus mortos e seus deuses, com oferendas como frutas e flores, e terminam a festa compartilhando comida e bebida, música e dança

. Uma boa bebida para essa época é o leite quente com mel, servido com pedaços de maçã e polvilhado com canela. Pode-se acrescentar o chocolate, que na época dos celtas não existia, mas que hoje é muito bem-vindo.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Como os pais podem auxiliar os filhos a enfrentarem a timidez?

Por Adriana Araújo*
"Sei que tento me vencer e acabar com a mudezQuando eu chego perto, tudo esqueço e não tenho vezMe consolo, foi errado o momento, talvez,Mas na verdade, nada esconde essa minha timidez..."
Biquíni Cavadão
Crianças e adolescentes tímidos geralmente mantêm relações insuficientes com seus amigos e apresentam um padrão de conduta com carência ou déficit de relações interpessoais. Com freqüência, estas crianças e adolescentes evitam ou se esquivam de contatos sociais. Como este é um problema que afeta pouco as pessoas ao seu redor, o comportamento acaba sendo banalizado, sendo considerado normal e como conseqüência, não recebe a devida atenção. "No tratamento da timidez de crianças e adolescentes é preciso também sensibilizar a família e os professores, uma vez que essa problemática se caracteriza por uma situação de comportamento internalizado, que não afeta diretamente o meio onde a criança ou o adolescente vive. Os problemas externalizados - tais como impulsividade e agressividade - chamam mais a atenção da família e dos educadores, por afetarem diretamente essas pessoas", afirma a psicóloga Adriana de Araújo, especializada em hipnoterapia educativa.

Ser habilidoso socialmente é um fator importante para o desenvolvimento humano, por isto a timidez na infância e na adolescência deve ser investigada e tratada. Relacionar-se com companheiros da mesma faixa etária é fundamental para o jovem não correr riscos de apresentar dificuldades emocionais em seu desenvolvimento. A timidez aguda, se não tratada de forma adequada, pode trazer transtornos futuros para os adolescentes e seus familiares. "O relacionamento social adequado e satisfatório é fundamental para uma vida saudável. Muitos jovens tímidos sofrem por apresentar um repertório de habilidades sociais deficitário, fator que prejudica o seu desenvolvimento cognitivo, podendo ocasionar problemas afetivos e comportamentais, posteriormente", explica a psicóloga.
Tímido pra sempre?
O senso comum prega que, uma vez tímido, sempre tímido ... Ao longo dos últimos vinte anos, porém, os estudos sobre o comportamento humano têm revelado que a timidez, ao contrário da cor dos olhos ou dos cabelos é uma característica passível de ser mudada. Uma criança inibida "não está condenada" a ser um adulto retraído. Publicada na revista americana Current Directions in Psychological Science, uma pesquisa sobre o assunto dá pistas de como se pode ajudar as crianças a vencer a inibição.

A chave, segundo os psicólogos da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, está no relacionamento da criança com sua mãe. A mãe tem um papel essencial na timidez de seu filho, segundo os pesquisadores. Ela deve estimulá-lo a fazer amigos, mas, ao mesmo tempo, precisa entender que timidez, num grau razoável, não é doença. Só se torna um problema quando isola a criança do mundo. Crianças extremamente tímidas não se divertem e correm o risco de, na adolescência, desenvolverem transtornos psiquiátricos, como ansiedade e fobia social.

Por cinco anos, os pesquisadores de Maryland acompanharam meninos e meninas portadores de uma mutação no gene 5-HTT, que aumenta a tendência à timidez. A primeira avaliação foi feita quando as crianças tinham 2 anos. Quando elas foram analisadas novamente, aos 7 anos, os especialistas notaram que algumas continuavam retraídas e outras não. As mães responderam, então, a um questionário sobre como haviam lidado com a introversão de seus filhos durante esse período. As mulheres mais solitárias e mais estressadas eram as mães das crianças com maiores dificuldades de socialização.

Diante de um desconhecido, a criança tímida esconde o rosto, agarra-se às pernas da mãe ou se esconde atrás delas. Como a mãe é o modelo de socialização do filho nos primeiros anos de vida, cabe a ela ajudá-lo a enfrentar situações desconfortáveis. Como se consegue isso? "Agindo naturalmente. Não adianta querer que o filho introvertido vire, de uma hora para outra, a criança mais popular da escola - provavelmente, ele nunca o será. E não há nada de errado nisso. Exigir de uma criança o que ela não pode dar só aumenta a sua angústia e reforça o seu comportamento retraído", defende Adriana de Araújo. A receita para ajudar uma criança a vencer a timidez é ir devagar, respeitando seus limites. Aos poucos, a tendência é que ela se solte e faça mais amigos.
A criança tímida deve aprender que as mudanças são necessárias e não ameaçadoras. "E importante saber que podemos ser tudo aquilo que desejamos ser, desde que haja planejamento, tempo, perseverança e capacidade de adaptação, pois ninguém está condenado a viver apenas da forma com a qual está habituado.
Esqueça os versos de Caymmi, em Modinha para Gabriela: eu nasci assim, eu cresci assim, e sou mesmo assim...vou ser sempre assim Gabriela, sempre Gabriela...", aconselha a psicóloga.
Causas da timidez
As
causas da timidez são múltiplas. Entretanto, excetuando-se possíveis fatores genéticos, pode-se dizer que a timidez resulta de um processo. O tratamento da timidez é feito principalmente por abordagem psicológica. "Para um diagnóstico adequado, é necessário fazer uma avaliação com um profissional qualificado, que saberá indicar o acompanhamento psicológico adequado, fornecendo também orientações aos pais e professores", diz Adriana de Araújo.

A seguir estão relacionadas algumas razões para o surgimento da timidez:

· Baixo auto-estima - a criança ou o adolescente estima, deseja, quer coisas diferentes do que ela pode realizar, deixando de dar valor a tudo o que é e o que possui. Atribui ao outro uma importância maior. Deixa de governar a si próprio e passa a viver a mercê de idéias fantasiosas de um outro que pune, é rígido e severo. Cada criança possui suas peculiaridades, diferenças, semelhanças e acima de tudo: é única. Não há valor maior que esse;

· Vergonha – a idéia de um "defeito" no ser é a percepção de que há algo errado, de que alguma coisa não está certa e que todos vão reparar, achar graça ou se ofender com aquele comportamento. A criança envergonhada tem vontade de esquecer o que aconteceu, de se esconder, desaparecer e até mesmo sumir. Se pudesse voltar atrás e corrigir aquilo que elas julgam errado, fariam com toda a certeza. Esta forma de pensar leva ao isolamento. Quando a criança está sozinha ou próxima de pessoas que confia, sente-se protegida, pois não há crítica de outros e não há ninguém que possa reclamar ou mesmo corrigir tais erros. A maior falta existente não está no erro cometido, mas na incapacidade de corrigi-lo;

· A crítica e a rigidez consigo mesmo, o medo de errar e o perfeccionismo - pensamentos de inadequação, achar-se diferente, querer acertar sempre. Pessoas tímidas perdem excelentes oportunidades de aprender a conviver com as demais por medo de se expor, trocar idéias e experiências. "É só errando que se aprende...". Criticar a si próprio é uma qualidade que, fora da medida e em excesso, deixa de ser algo bom, pois saber criticar e poder corrigir a si próprio é um sinal de maturidade, em todas as idades;

· À agressão - a timidez pode vir dissimulada através de comportamentos agressivos, geralmente expressos pelo adolescente. Momentos de raiva ou até mesmo de indiferença mantêm as outras pessoas à distância, evitando o contato, que para as pessoas tímidas se torna terrivelmente ameaçador.
*Adriana Araújo é Psicóloga e realiza o atendimento clínico em casos de depressão, ansiedade, dor crônica, estresse, síndrome do pânico, fobias (medos), traumas, angústias, desânimos, compulsões (jogo, alimentar, etc.), falta de concentração, transtornos de humor, além de fazer também a preparação psicológica de vestibulandos.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

A comida do seu prato está diferente, globalizada?

Fonte: CITEN - Centro Integrado de Terapia Nutricional

Para celebrar o Dia Mundial da Alimentação - 16 de Outubro – é preciso entender as mudanças dos hábitos alimentares no Brasil, influenciadas pelas mudanças globais


O hambúrguer ou o refrigerante? Qual destes dois ícones, a juventude do Japão, dos Estados Unidos, da Rússia e do Brasil escolheriam como símbolo dos dias de hoje? Mesmo em meio a muitas diferenças culturais, provavelmente, a decisão seria praticamente unânime... Os dois teriam uma margem de votos muito parecida. Se por um lado, a globalização amplia a diversidade alimentar, por outro também a reduz, uma vez que faz circular um mesmo leque de opções alimentares em todos os recantos do mundo.

As implicações sociais, econômicas, culturais, e, por fim, na própria saúde, estão envolvidas no processo de alimentação das nações nos dias de hoje. Quem ousaria pensar, há 50 anos atrás, que a obesidade seria um problema social mais relevante do que a desnutrição? Quem poderia prever que a produção de alimentos em larga escala, com o início do cultivo dos transgênicos, não seria mais um desafio para os povos? Quem poderia supor que um cineasta poderia fazer o Mac Donald’s rever suas orientações nutricionais no mundo todo? Quem poderia imaginar que a Justiça determinaria a internação, a revelia da família, de uma adolescente que sofre com um distúrbio alimentar, no Brasil? Quase ninguém...

“E é neste mundo evoluído e complexo que tentamos incutir na cabeça das pessoas a idéia de que o alimento é o primeiro remédio. Mais do que isto, de que a alimentação é um dos pilares da saúde do homem moderno. Os alimentos são poderosos. Podem nos dar momentos de felicidade e de frustração, nos engordam ou emagrecem. A nossa opção alimentar revela claramente nossa personalidade e nosso modo de viver e conviver,” afirma a endocrinologista Ellen Simone Paiva, diretora do Centro Integrado de Terapia Nutricional.

Segundo a médica, hoje, ao receber um paciente na sua clínica, ela se depara com um novo desafio: oferecer mais orientação e informação do que medicamentos e dietas. “É preciso conscientizá-lo sobre a importância de cultivar hábitos simples e milenares, como tomar o café da manhã, almoçar e jantar. É preciso orientá-lo sobre suas escolhas alimentares: alertá-lo para os perigos dos alimentos que são consumidos nas ruas ou informá-lo sobre a sua responsabilidade ao encher o carrinho de compras da família no supermercado”, afirma Ellen Paiva.

O paciente dos dias de hoje busca apoio e subsídios para estabelecer uma relação mais equilibrada com a comida e para conviver com as ameaças de epidemias de obesidade, de doenças cardiovasculares e do diabetes tipo 2. Não basta mais fazer uma lista com as 10 dicas para se alimentar bem ou com os 10 alimentos proibidos numa dieta...

Entendendo as mudanças

É preciso conhecer as principais mudanças alimentares ocorridas no prato do brasileiro, nos últimos anos, para saber quais as implicações nutricionais que “os novos tempos” trarão à saúde da população.

-Aumento no consumo de refrigerantes

Os primeiros comerciais da coca-cola, no final do século passado, vendiam um produto indicado para casos de dor de cabeça e esgotamento físico. Nos primeiros 50 anos, seu desempenho comercial foi discreto. Entretanto, durante a Segunda Guerra, o refrigerante alcançou popularidade mundial, utilizando o lema “onde estiver um soldado americano terá uma coca-cola por cinco centavos de dólar”. Neste período, a empresa conseguiu instalar, com a ajuda do governo norte-americano, engarrafadores em todos os cantos do mundo. No Brasil, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e Bebidas Não-Alcóolicas, ABIR, os brasileiros consumiram mais refrigerantes na metade deste ano do que no mesmo período de 2006. A produção de refrigerantes aumentou em 5,6%, sendo que em abril e maio a taxa ultrapassou a média, chegando a mais 10%. Durante todo o ano de 2006, foram produzidos 13 bilhões de litros de refrigerante. Nos seis primeiros seis meses de 2007, já foram 7,8 bilhões.

Principais implicações nutricionais: Segundo a nutricionista do Citen, Amanda Epifanio, “a descoberta da relação de causa e efeito do consumo de refrigerantes com a epidemia de obesidade e diabetes tipo 2, principalmente em crianças e adolescentes, é incontestável. Além disso, o consumo exagerado de refrigerantes está relacionado com dietas ricas em calorias e pobres em nutrientes, principalmente leites e derivados, acarretando deficiência na ingestão de cálcio, tão importante nessa faixa etária”, diz.

- Consolidação do fast-food

O fast-food é o principal fenômeno de consumo no mundo moderno. O termo foi criação dos irmãos Richard e Maurice Mc Donald, no final da década de 40. O drive-in que possuíam, desde 1937, passou por uma reformulação que buscava maior racionalidade no serviço. Decidiram fazer da velocidade a essência do seu negócio e, para isso, acabaram com o atendimento personalizado, em que cada cliente poderia sugerir alterações no produto, segundo a sua escolha. O novo conceito de lanchonete foi logo imitado por outros empresários no mundo todo. Hoje, o fast food é a solução para o que se refere à alimentação no período de trabalho das grandes cidades do mundo. No Brasil, o consumo de hambúrguer iniciou-se com a rede de lanchonetes Bob’s, na década de 50, em Copacabana. Na França, o início dos fast-foods é bem posterior, quase vinte anos mais tarde. Os jovens eram, no início, o principal público destes estabelecimentos. Com o passar do tempo, as crianças foram também seduzidas por este mercado. Hoje, o símbolo de marketing do Mc Donald’s é um palhaço...

Principais implicações nutricionais: Segundo a diretora do Citen, Ellen Paiva, “a invenção dos sanduíches das redes de fast-food alterou o comportamento alimentar das famílias de todas as classes sociais, principalmente nos finais de semana, e o dos jovens, de uma maneira geral, que passaram a ter este tipo de refeição como um hábito”, afirma. Segundo a endocrinologista, esses alimentos seduzem pelo excesso de sal e gordura, associação altamente palatável e que agrada a todos, deixando muito sem graça o nosso prato tradicional: arroz e feijão. “Além disso, esses alimentos são ricos em gordura saturada e hidrogenada, os dois piores tipos de gordura da refeição, responsáveis pela elevação do colesterol precocemente e pelas altas cifras de obesidade em nossas crianças e adolescentes”, explica a médica.

- O self-service

A política de alimentação e os restaurantes para trabalhadores na década de 40 resultaram numa transformação dos hábitos alimentares. Os bandejões, inicialmente uma novidade, tornaram-se a forma mais comum de servir os alimentos nos restaurantes das empresas. Hoje, o ramo dos self-services é bastante disputado. De acordo com o Sebrae-SP, existiam, em 2005, cerca de 800 mil estabelecimentos deste tipo no país - o dobro do registrado em 2000 - 2,5 mil restaurantes por quilo somente na capital paulista.
Principais implicações nutricionais: Para Amanda Epifanio, “os restaurantes self-services são uma alternativa ao fast-food. Pelo serviço rápido e barato, oferecem às pessoas a chance de escolher e compor pratos diversificados. Além disso, proporcionam o consumo do arroz com feijão ou suas diversas opções de substituição”, defende a nutricionista.

- A gordura trans

Nos últimos anos, órgãos reguladores do mundo todo vêm normatizando a ingestão dos alimentos ricos em gorduras trans. Estados Unidos e Brasil saíram na frente, determinando a inclusão no rótulo dos alimentos da quantidade de gordura trans que existe em cada um deles. Isso possibilitará uma compreensão mais ampla e segura da ingesta de gordura trans. A recomendação para ingestão de gorduras trans é empírica e da ordem de 1% do valor calórico total da dieta, o que totaliza cerca de 2,0g de gordura trans por dia em uma dieta de 2000 calorias. Desse total, 1,0g já é proveniente dos alimentos naturais, especialmente carne bovina e laticínios, restando apenas 1,0 g para ingerirmos a partir de alimentos industrializados.

Principais implicações nutricionais: Para a endocrinologista Ellen Paiva, “a descoberta da gordura hidrogenada para nos livrar dos efeitos deletérios da gordura saturada foi um grande fiasco. Isso porque a gordura hidrogenada se mostrou muito mais prejudicial à saúde do que a gordura saturada”, afirma a médica. A pior implicação nutricional da gordura trans é, segundo a médica, seu efeito duplo no aumento do colesterol ruim (LDL colesterol) e a diminuição do colesterol bom (HDL colesterol), estando essa dupla alteração relacionada ao risco de doenças cardiovasculares de ocorrência precoce. Além disto, algumas evidências tem mostrado a relação entre o aumento do consumo da gordura hidrogenada e um tipo de obesidade que ocorre preferencialmente na região abdominal e que está associada ao diabetes tipo 2, hipertensão arterial e doenças coronarianas em adultos e crianças.

- A refeição não é mais um ritual

A rotina da vida moderna provocou uma dissolução crescente dos rituais que acompanham o ato alimentar. A vida nas cidades grandes minimizou a importância do ato alimentar. Parece não importar muito o que se come, com quem se come e como se come. O típico habitante da cidade grande come no intervalo de almoço um sanduíche, ou um pedaço de pizza e bebe um refrigerante, sozinho e de pé, no balcão de alguma lanchonete. Talvez esta seja uma das razões pelas quais procuramos satisfação onde não a poderemos encontrar, ou seja, na quantidade de comida ingerida. O trabalho orienta e dá os significados das formas de se alimentar da vida moderna. O que se objetiva não é mais a confraternização, mas a economia de tempo.

Principais implicações nutricionais: Segundo a diretora do Citen, “a refeição que mais sofreu com o trabalho nas grandes empresas foi o almoço, que passou a ser trocado por lanches ou beliscos, muito rápidos, calóricos e indigestos, acarretando no aparecimento de problemas digestivos variados, desde gastrites e doenças do refluxo gastro-esofágico até constipação e sensação de empachamento”, explica Ellen Paiva.

- Alimentos enriquecidos

Vitaminado. Enriquecido com ferro. Mais vitaminas e sais minerais. Rico em fibras. Não há como negar que todos esses apelos, sempre em destaque nas embalagens alimentícias, chamam a atenção. Os consumidores são atraídos por essas palavras nos rótulos. Aumentar o poder nutritivo dos alimentos industrializados é uma forte tendência do momento. Para se ter idéia, nos Estados Unidos, esse mercado movimenta cerca de 15 bilhões de dólares por ano. No Brasil, ainda não existem números exatos, mas pela quantidade de novos produtos do gênero que chegam aos supermercados, constantemente, por aqui o volume também é grande. Esta tendência começou nos anos 60, quando surgiram os primeiros estudos que apontavam que gordura e açúcar em excesso podem prejudicar a saúde. A partir daí, a corrida da indústria alimentícia para desenvolver produtos mais saudáveis avançou consideravelmente.

Principais implicações nutricionais: “É extremamente reconfortante para os pais a idéia de poder comprar biscoitos enriquecidos com vitaminas para os filhos que não comem legumes e frutas. Na verdade, essa prática incentiva a substituição de alimentos frescos pelos industrializados, que além das vitaminas, têm muito sal e gordura, nutrientes nocivos à saúde”, afirma Ellen Paiva. Porém, quando a suplementação tem o objetivo de repor carências nutricionais em situações especiais, como, por exemplo, carência de cálcio em pessoas com doenças ósseas, o alimento vitaminado tem grande importância na prática clínica e pode contribuir na prevenção de doenças endêmicas, como a anemia.

- Comida congelada

Alimentos congelados são saudáveis? Muitas pessoas ainda se fazem essa pergunta, cerca de vinte anos depois que o freezer entrou na casa dos brasileiros. Hoje, praticamente tudo pode ser congelado: carnes, aves, peixes, pizzas, sopas, feijoadas, massas, tortas, pães, legumes. Até molhos, bolos, musses, salgadinhos, docinhos e diversas receitas prontas ou pré-prontas.

Principais implicações nutricionais: Ellen Paiva explica que “a possibilidade de cozinhar maiores volumes de alimentos e congelá-los para serem consumidos a longo prazo é bem vinda nos lares onde as mulheres evitam a solução pouco saudável dos deliveries e a monotonia dos lanches”, diz. Entretanto, alerta a médica, a comida congelada industrializada não difere da maioria dos alimentos industrializados, ou seja, não é equilibrada quanto aos nutrientes, contém maiores proporções de gordura, em relação aos carboidratos e menores quantidades de vitaminas, o que a torna imprópria para o consumo diário.

- Alimentos funcionais

Ferro contido no feijão, vitaminas nos legumes, frutas e verduras, licopeno do tomate, isoflavona da soja, fibras da aveia... As pesquisas já comprovaram o poder dos alimentos funcionais para a prevenção de inúmeros males. O desafio, agora, é saber o que exatamente - e quanto - cada um de nós deve colocar no prato para ter esses benefícios e garantir uma vida mais longa e saudável. Mas será que incluir novos sabores às refeições ou se alimentar diariamente com representantes da alimentação funcional são garantias de vida longa e saudável?

Principais implicações nutricionais: “A maior garantia de vida longa e saudável é o consumo de uma alimentação variada, rica em fibras, com gorduras, principalmente do tipo insaturadas e finalmente em quantidades adequadas ao alcance e manutenção do peso ideal. Dessa forma, garantimos a ingestão de vários tipos de alimentos, incluindo os funcionais”, defende a nutricionista do Citen, Amanda Epifanio.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Estágio, no foco certo

Paulo Nathanael Pereira de Souza*

O ponto fulcral do conceito de estágio é de uma clareza cristalina, embora seja sempre relegado a segundo plano por aqueles que, por desinformação ou má fé, confundem alhos com bugalhos, misturando problemas e soluções na tentativa canhestra de camuflar graves desacertos ou situações críticas. O bom estágio é o que enriquece o aluno com uma experiência que o ajuda a definir sua opção profissional futura, com acréscimos de saberes advindos da aplicação prática da aprendizagem escolar. O fato de episodicamente haver desvios em sua operacionalização – por omissão da escola ou impropriedade da empresa – não põe em xeque sua importância na formação do aluno. Proferi essa afirmação em recente entrevista concedida a um jornal paulista de grande circulação e repito-a aqui por lançar, com serenidade, a luz correta sobre a questão. E, mais, por ser a única visão que privilegia o interesse do jovem, ao contrário de certas posturas corporativistas (no pior sentido da palavra) ou manipuladoras (motivadas até por conveniência eleiçoeira) ou, o que é pior, por absoluta despreocupação com o destino de milhões de estudantes que deixam a escola, carregando um diploma que não os qualifica para enfrentar a competição pelo ingresso no mercado de trabalho.

Para desfazer a confusão que, intencionalmente ou não, cerca o conceito de estágio, basta examinar as principais críticas disparadas, mas não comprovadas por estudos com o mínimo de respaldo técnico ou científico. Permitindo-me um parêntese, classifico essa postura como um dos exemplos mais bem acabados do “achismo”, essa praga nacional que descarta certezas e consagra meras opiniões pessoais como fundamento para tomada de decisões que afetam a vida de milhões de brasileiros. Voltando ao nosso tema, a alegação de que o estágio não se caracteriza como etapa de aprendizagem, constituindo contratação de mão-de-obra disfarçada, é improcedente. Institutos de competência técnica indiscutível constataram, por meio de pesquisas criteriosas, que mais de 90% dos estudantes que fazem estágio atestam o benefício agregado por essa experiência prática à sua formação. Por isso, insisto em repetir que o estágio é irmão siamês do trabalho e da educação. Mas que, apesar dessa estreita ligação, ele se situa indiscutivelmente no âmbito da educação, tanto que a lei sabiamente coloca a instituição de ensino freqüentada pelo jovem como mandatária dessa relação e dos termos do contrato que define o treinamento que o jovem receberá na empresa que abrir as portas para que ele dê, com a supervisão de um profissional experiente, os primeiros passos no mercado de trabalho. O resultado para o estudante? Pesquisa do instituto InterScience revelou que 64% dos estagiários são contratados como funcionários efetivos após o primeiro ou segundo período de experiência.

Some-se essa realidade ao fato de que o desemprego no Brasil tem como causa o ritmo lentíssimo do desenvolvimento econômico e o despreparo dos desempregados para preencher os requisitos mínimos para trabalhar dentro dos padrões atuais de produção, e estarão identificados os maiores fatores das longas filas de profissionais em busca, sem sucesso, de uma vaga. São esses os alvos que deveriam ser visados, caso se pretendesse realmente agir para reduzir o desemprego, sem necessidade de abrir baterias contra o estágio que, em relação ao universo dos trabalhadores brasileiros, corresponde a menos de 1%.

A lei que rege o estágio data dos anos 70 e, como todos os instrumentos que regulam realidades dinâmicas (aliás, poucos campos serão tão dinâmicos como o mercado de trabalho), deve ser modernizada para atender às mudanças de cenário. Mas essa atualização precisa ser feita com cautela, discernimento e, principalmente, conhecimento de causa, sob pena de retirar de milhares de jovens a oportunidade de se educar melhor e de aprender mais. Isso sem falar da importância – também confirmada por pesquisas – da bolsa-auxílio para assegurar a renda indispensável para que boa parcela deles se mantenha na escola, evitando a sina de tantos filhos de camadas menos favorecidas que são retirados dos estudos para garantir a sobrevivência da família.

Com uma bagagem de 43 anos de convivência com o jovem na delicada etapa de inclusão no mercado de trabalho, o CIEE busca sempre atuar para aprimorar a qualidade dos estágios. Mas reconhece que, para uma solução definitiva, há apenas um caminho: melhorar sensivelmente a qualidade do ensino formal, hoje no patamar vergonhoso dos últimos lugares no ranking de desempenhos, seja qual for a perspectiva da avaliação. O mercado se queixa de que recebe das escolas médias e superiores alunos mal preparados e pessimamente formados, grave deficiência que levará algumas gerações para ser corrigida, prazo que começará a ser contado a partir do momento em que a educação for eleita a prioridade das prioridades nacionais e, como tal, vier a receber maciços investimentos, destinados a aplicações corretas, estancando as torneiras da corrupção, do desperdício e da má gestão de recursos. Enquanto isso, seria bem mais produtivo estimular práticas que contribuem para aumentar a empregabilidade dos jovens estudantes, do que investir contra o estágio, numa postura equivocada que confunde solução (estágio) com o problema (desemprego).

*Paulo Nathanael Pereira de Souza é doutor em educação e presidente do Conselho de Administração do Centro de Integração Empresa-Escola - CIEE

*

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Língua portuguesa pode mudar em 2008


Por Edilson Flores

Voo, linguiça, leem e jiboia. A princípio, quem lê essas palavras, escritas dessa forma, chega a seguinte conclusão, devido aos erros de português: “Esse tal de Edilson escreve muito mal”.
Porém, quero que lembrem que esses erros podem ser temporários, afinal, como já devem saber, a partir de 2008 a língua portuguesa pode passar por uma grande reformulação.

Para quem está por fora, um acordo entre os membros da CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa), se assinado por Portugal e Cabo Verde (únicas aprovações pendentes), unificará, parcialmente, o terceiro idioma mais falado no mundo ocidental.

No Brasil - que já assinou o acordo - 0,45% das palavras serão alteradas e o alfabeto passará a conter 26 letras, ao invés das atuais 23. O “K”, o “W” e o “Y” serão incluídos.


Outras mudanças:

- O fim do trema (Ex.: “seqüencia” (ERRADO) / “sequencia” (CERTO);
- O acento circunflexo nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos "crer" (crêem), "dar" (dêem), "ler" (lêem) e "ver" (vêem) serão substituídos por "creem", "deem", "leem" e "veem";
- O acento circunflexo dos hiatos também será abolido - Ex.: “enjôo” (ERRADO) / “enjoo” (CERTO).
- As palavras “para” e “pára” serão escritas da mesma forma – Ex.: PARA (sem acento).

Uns dizem que o acordo tornará internacional o português brasileiro, outros acham que causará confusão, pelo menos no início, já que será necessário um longo período de adaptação às novas formas de escrita.

Sinceramente, como ainda não estou convencido “das grandes melhorias para o país”, que as mudanças ortográficas trarão, acho as mesmas, inúteis.

Sou daqueles que defendem que há coisas muito mais importantes para resolver no Brasil (saúde, educação segurança pública, desemprego, corrupção...) antes de mudarmos a língua.

Ah, só para constar, quanto as palavras escritas de forma errada, no início desse texto, fiz de propósito ok (viram o ok? É, estou me adaptando a “grande conquista do país”, a mudança ortográfica – já usei o “K” por conta).