quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Cidade dos Homens chega a maioridade e desce o morro

Pontuado pelos aniversários de dezoito anos de seus protagonistas, Cidade dos Homens chega ás telonas para mostrar o crescimento de seus personagens. Laranjinha e Acerola não lutam apenas para sobreviver, mas para descobrir quem são, encontrar seu lugar na vida adulta.

Enquanto laranjinha busca o paradeiro de seu pai, Acerola reluta em assumir seu papel de pai. Ambos os temas introduzidos na série, são reapresentados no filme, o que pode parecer repetitivo, mas necessário para situar o expectador que não acompanhava a série na TV.

O longa segue o ritmo da TV além de ser pontuada por flashbacks, (da série e do curta-metragem Palace 2), que remontam ao expectador, a trajetória vivida pelos personagens. Cenas feitas com a Câmera na mão e edição frenética, como na TV, aumentam a tensão na disputa pelo poder na favela.

Pano de fundo para a história, a guerra pelo poder é declarada no morro. Laranjinha e Acerola são obrigados a deixar a Favela da Sinuca, e acabam descobrindo que a cidade pode ser tão, ou mais, hostil que a favela.

Sem seu referencial, é na Sinuca que está tudo e todos que conhecem, e atravessando uma fase de auto-conhecimento, os personagens descobrem fatos que os colocam em lados opostos da disputa. A partir daí cabe a cada um decidir como levar suas vidas.

Derivada de Cidade de Deus (2002), Cidade dos Homens apresenta um Rio de Janeiro muito diferente do longa de Fernando Meirelles. Onde a cidade lá em baixo pode ser mais confusa e perigosa que a favela. O filme também mostra a importância do meio em que vivemos, assim como das relações de amizade construídas desde a infância, nas nossas ações adultas. Para Laranjinha e Acerola fatores determinantes, na escolha do caminho a seguir, seja ele um lado da disputa ou a renúncia do mundo que conhecem.



Leia o especial da @NNA sobre o filme

Entrevista com o diretor Paulo Morelli


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Ciúme: um sentimento de insegurança

Por Silvana Martani

O ciúme é uma arma poderosa que defende o amor da indiferença, da mesmice, da convivência morna, temperando de paixão os relacionamentos de uma maneira geral.

Quem nunca sofreu por um grande amor, quem não sentiu ciúmes até da família e amigos, do cachorro que o namorado leva para passear, do passado que este individuo viveu, dos "exs" e todo mais que fez parte da estória do outro antes de você chegar. No amor a posse se encaixa bem no tamanho da insegurança de cada um e este sentimento transforma até o ser humano mais altruísta do mundo em um ser ciumento.

Cantado em verso e prosa os ciúmes sempre foi uma fonte de sofrimento e, dependendo da intensidade da paixão ou de sua insanidade, dói ou mata.

Existe uma linha muito tênue entre a saúde e a doença quando se fala de ciúme, denunciando os amantes que podem construir relacionamentos saudáveis e os que transformam o relacionamento no espelho de suas doenças emocionais.

O Ciúme Patológico ou obsessivo transforma homens e mulheres em reféns de parceiros e este seqüestro "autorizado" pode levar anos para que a vítima se liberte não sem as seqüelas próprias dos atos vis e humilhações que este "cativeiro" é capaz de provocar.

Neste tipo de ciúme qualquer duvida, qualquer atraso, olhar vago ou atitude que o obsessivo julgue inadequada para o momento ou ocasião pode se transformar em denuncia de fatos, certezas de flagrantes prontos para mostrar uma traição.

Neste tipo de ciúme, fantasia e realidade se confundem, assumindo proporções absurdas e bizarras, muitas vezes, criando rituais malucos e inadequados. Existem várias doenças psiquiátricas que tem no ciúme obsessivo um dos seus principais sintomas, como por exemplo, o TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo) e os Transtornos de Personalidade.

Enquanto o ciúme normal é um sentimento passageiro, que dá lugar a tranqüilidade e satisfação a medida que o amante se sente mais seguro com relação aos sentimentos do outro, no Ciúme Mórbido ou Patológico vários sentimentos perturbadores se revezam tecendo uma rede dor e sofrimento. Ansiedade, depressão, raiva, vergonha, humilhação, culpa, aumento do desejo sexual e vingança são alguns dos sentimentos que norteiam as atitudes destas pessoas.

Como neste tipo de ciúme as conseqüências são camufladas ou omitidas pelas vitimas um bom exemplo são as agressões físicas é muito difícil uma estatística correta que nos mostre quantas pessoas são vitimadas ou quantos homicídios ocorrem tendo o ciúme como pano de fundo.

Amar é um verbo com muitas conjugações. Querer transformar o ser amado em boneco ou marionete cujo único prazer é prestar serviço ao amor louco e doentio é a pior de todas as suas formas.

Quem sente ciúmes desta forma normalmente está deprimido, inseguro, tem baixa auto-estima, não se sente capaz de merecer um grande amor e precisa de ajuda médica e psicoterápica. Não é possível se livrar deste tipo de comprometimento sozinho ou simplesmente com a ajuda do parceiro, pois não é o relacionamento que o deixa doente, mas a sua estrutura emocional que se encontra comprometida e o relacionamento somente ilustra e denuncia.

Muitas pessoas sofrem desta maneira e acham que os excessos fazem parte do amor verdadeiro. Com certeza alguns excessos são permitidos quando se fala de amor, mas somente excessos mostram muito mais um descontrole e doença do que o grande amor.

O Poder e a força das Comunidades

Por Valéria Jureidini

Os seres humanos possuem instinto gregário, dependem de suas interações humanas para sobreviver em sociedade. O conceito da web 2.0 com suas ferramentas agregadoras veio para tornar mais potente esta manifestação biológica.

Desde os primórdios, a Internet é um meio facilitador desse processo, ela viabiliza rapidamente o contato e a busca por semelhantes. Hoje temos mais de 170 milhões de pessoas no mundo envolvidas de alguma forma em comunidades virtuais, utilizando ferramentas web 2.0. Quando o assunto é rede social, o Brasil lidera o ranking seguido por México e China.

Quando essas pessoas se unem para discutir sobre um tema de seu interesse, a força que emerge deste processo é enorme, visto que elas tem paixão pelo assunto e irão inserir novos conteúdos para provar e incrementar suas teses.

Como funcionam então as "biocomunidades digitais": Primeiro ocorre o processo de envolvimento com conteúdos de interesse através dos Agregadores (RSS), auto-organização utilizando os localizadores (folksonomia), e em seguida ocorre o encontro com outros membros por meio dos aproximadores (profiles) e, com a ajuda dos comunicadores (messenger), tecem-se as redes de interação.

Mas, de fato, uma comunidade somente chega a sua essência quando as mentes criativas partem para a colaboração (diggs e comments), chegando ao seu objetivo final que é a pulverização (convite a novos membros).

É um processo biológico e digital funcionando 24 horas por dia. É simplesmente a opinião passando totalmente para as mãos dos usuários sem que haja um poder central e influência de quem quer que seja.

Como ficam as empresas e seu marketing neste cenário de descentralização gerado pelas comunidades? Não devem tentar vencê-las, devem se juntar a elas!

Mas, lembre-se, é preciso ter coragem, deixar de lado todos os preconceitos e conceitos clichês de marketing e partir para a pró-ação.

Entrar de corpo e alma, preparar profissionais de marketing para serem os maiores agentes colaboradores da comunidade. Aproveitar o poder financeiro da instituição para trabalhar de forma honesta, verdadeira e criativa, sem cobrar nada em troca. Prover conteúdo de qualidade que agregue valor ao grupo e faça valer sua presença com cadeira e voz ativa.

A marca e o produto de uma empresa não são mais fatores isolados, eles precisam estar contextualizados, ganhar vida, precisam passar opinião, receber críticas para poder superá-las e continuarem sobrevivendo e crescendo.

As empresas precisam começar a investir na produção e geração de conteúdo. Precisam considerar em seu cardápio de soluções e produtos, o conteúdo complementar e de valor agregado. É uma nova unidade de negócios que precisa nascer nas empresas.

A partir de agora, produzir um novo tênis é estar pensando ao mesmo tempo como ele se encaixará no dia-a-dia das comunidades e que papel exercerá. Somente assim ele terá importância, caso contrário será apenas mais um na multidão.

A princípio pode parecer utopia para as missões lucrativas de uma corporação, mas não é, é um investimento a médio e longo prazo, é definitivamente a forma mais barata e eficiente de se fazer um marketing que jamais existiu. O problema é que não há mais tempo para grandes reflexões. O trem deixou a estação já faz algum tempo e a uma velocidade exponencial.

O poder viral das comunidades pode chegar a dez, cem, ou mil vezes a frente do mesmo processo feito de forma isolada (one to one). Até o conceito de CRM deveria se modernizar para C&CRM (Custommer & Community Relationship Management), mas isto é tema para um próximo artigo.

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Educação: crise e descaminho

Por Paulo Nathanael Pereira de Souza
Doutor em educação e presidente do Conselho de Administração do Centro de Integração Empresa-Escola - CIEE

Que a educação brasileira vive a maior crise de sua história, todos sabemos. Que essa crise tem tudo a ver com a massificação e a heterogeneidade econômico-social dos alunos, que invadiram as salas de aula a partir da segunda metade do século 20 sem que a pedagogia conseguisse atualizar e diversificar os seus procedimentos, também não é novidade. O fracasso escolar dos jovens está aí para o desespero dos educadores. Os resultados das avaliações nacionais e internacionais: Saeb, Enem, Brasil e Pisa, retratam a gravidade da situação. No entanto, já vivemos dias melhores e com resultados positivos, tanto no ensino primário, como no secundário, ao tempo em que a minha geração freqüentou esses níveis de ensino. Alfabetizava-se a criançada num período entre seis meses e um ano; o currículo ginasial, além das disciplinas indispensáveis à cultura geral – português, matemática, ciências, história e geografia – dava-se ao luxo de ensinar latim, francês e inglês. E, no colegial, preparava-se a juventude em bases científicas ou humanísticas – cursos científico e clássico – com suficiente êxito para entrar na faculdade, até porque não existiam cursinhos e os vestibulares eram árduos e com sistemas de vagas em números clausus. O que pode explicar todos esses êxitos? De um lado o fato do alunado originar-se das classes A e B, nas quais se praticava familiarmente o currículo oculto, que assegurava uma prontidão suficientemente adequada para o início e o desenvolvimento da aprendizagem formal; e de outro, professores dedicados, vocacionados, bem formados e também bem pagos. E, por falar nisso, havia naqueles tempos o casamento do chupim com a professora que ganhava tão bem, a ponto de sustentar sozinha – e com nível confortável de vida – a família, enquanto o marido passava as tardes no jardim público, a ler jornal e jogar damas...

Os professores, que tinham salários equiparados aos dos juízes de direito, hoje, são os profissionais qualificados mais mal pagos do País. Não havia tempo para as discussões pedagogísticas sobre modos de alfabetizar, se pelo estruturalismo, se pelo construtivismo ou se pelo método fônico. O tempo era todo concentrado num só propósito: alfabetizar. Afinal essa tarefa, ontem, como hoje, se resume a um feijão com arroz, e mesmo quem não fosse professor – as mães, por exemplo – conseguiam ter êxito na alfabetização dos filhos. As mães educam os filhos, não com base em teorias controversas e acadêmicas, mas pelo simples fato de, como mães, conhecerem e amarem seus filhos. E nisso está o fundamento do sucesso tanto na alfabetização como na educação: amar e conhecer o aluno.

Daí para frente, a escolarização cumpria seu papel, desdobrando-se o processo ensino-aprendizagem nos campos intelectuais da ciência e das humanidades. Porque o objeto da educação fundamental não se limita mais a ensinar a ler, escrever e contar, e sim, em como usar esses pré-requisitos do conhecimento para interiorizar o saber nas suas duas dimensões básicas: o saber universal dos valores que não perecem e o saber historiográfico, ligado à cultura de cada etapa do progresso social de um povo. Competência de quem ensinava, de um lado, e prontidão de quem aprendia, de outro, sem esquecer de um detalhe importante: éramos poucos os que se escolarizavam. Não havia estas multidões que, graças a Deus, hoje lotam as escolas. Quinhentos alunos, por estabelecimento, se tanto, naquele tempo, e todos maduros para aprender. Ao contrário de hoje, quando as estatísticas de matrícula explodem e as escolas se enchem, de um lado de alunos sem prontidão para aprendizagem, dada a sua origem social cheia de carências, e de outro de professores confusos, com a cabeça cheia de mal assimiladas teorias sociológicas, psicológicas, biológicas, ideológicas e pedagógicas, e pouquíssima capacidade operacional para assegurar um mínimo de resultados positivos no processo sob sua responsabilidade.

No que diz respeito ao professor, aliás, mister se faz formá-lo melhor, não apenas nessas ciências do pedagogismo, mas, de preferência, na arte de bem transmitir seu recado, utilizando-se de recursos avançados da tecnologia da comunicação, para que não passe pelo vexame de, no que diz respeito ao uso da TI, ou tecnologia da informação, o aluno saber mais do que ele, em sala de aula. Formar melhor o professor e pagar dignamente o seu trabalho: esses, os principais pré-requisitos da retomada da qualidade e da funcionalidade do ensino básico.

Para que tudo mude para melhor, nada de reformas mirabolantes, nascidas de palpiteria dos sábios de gabinete, nas sim, uma adequação maior da escola aos reclamos do momento atual, no que diz respeito ao nível heterogêneo de prontidão dos alunos, hoje tão variado em meio à massa humana, de origem social a mais diversa, que busca a educação como o único caminho viável para a inserção social.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Os Simpsons - o filme

“Não acredito que agente pagou para assistir uma coisa que passa de graça na tv. Agente é otário, tudo mundo nesse cinema é otário”

A primeira fala de Os Simpsons – o filme, mostra que o longa, não apenas vai seguir o tom sarcástico da série de TV, mas também vai abusar do espaço a mais para ampliar as piadas ao máximo. A trama gira em torno da maior burrada de Homer, que põe em risco toda Springfield, e torna toda família fugitiva, já que seus vizinhos buscam vingança.

Fiel ao estilo anárquico da TV, o longa é um episódio mais longo da série, um ótimo episodio. A falta de ousadia no roteiro é compensada com as piadas e o bom humor da série, e mantém as características dos personagens cultivadas longo de vinte anos.

Mesmo com a necessidade de ser mais atemporal, as piadas tratam temas atuais, que vão dos sucessos de bilheterias, até a paranóia do governo Bush. Além do humor físico em alta escala, já visto no trailer.

Animação é visualmente melhor que a série, que nunca se destacou por uma animação de qualidade ou desenhos muito elaborados (afinal qualquer criança desenha o Bart).

Com a trama girando em torno do conflito familiar e dos problemas da cidade não sobra muito espaço para os inúmeros personagens da série. Estão todos presentes, mas o tempo destinado a eles é pequeno. Entretanto é possível perceber pela primeira vez o grande numero de personagens do universo de Os Simpsons.

Participações especiais, destaque na TV, também estão no longa, você pode conferir a “credibilidade de Tom Hanks” e uma apresentação da banda Green Day.

Desrespeito ao meio-ambiente, violência física e verbal, paranóia, atentado a pudor, personagens conhecidos do publico, e bom humor do inicio ao fim (literalmente! não saia da sala até o fim dos créditos), fazem do longa o que deve ser. Nada muito diferente ou elaborado apenas mais uma aventura, em grande escala, da família amarela que nos faz rir de nós mesmos.


terça-feira, 14 de agosto de 2007

Bons ventos

Por Paulo Nathanael Pereira de Souza
Doutor em educação e presidente do Conselho de Administração do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE)

Noto que algo está mudando no Brasil em relação à educação – e para melhor – , principalmente na mídia, que já não centra seu noticiário apenas no catastrofismo escolar, mas parece começar a perceber que a crise há muito instalada tem remédio, e que esse remédio está ao alcance das próprias escolas e sua comunidade de dirigentes, professores, alunos e familiares. Afinal de contas, já não é sem tempo essa mudança de enfoque, que vai da crítica negativa à sugestão de procedimentos simples e viáveis, capazes de acender algumas velas onde, antes, prevalecia a escuridão. E o que é melhor, já não se fala em reformas extensas e complexas, como até há pouco se fazia, notadamente no que diz respeito à educação superior. Reformas tão inúteis, quão enganosas, porque os males do ensino superior, em sua maior parte, não passam de heranças malditas recebidas do ensino básico, que não mais se sabe para que existe, nem o que nele se deve ensinar e como fazê-lo.

O problema brasileiro em educação não se encontra prioritariamente no ensino superior, mas no fundamental e médio, cuja grande performance nos últimos tempos não ultrapassou essa coisa louca de, numa ponta, apanhar os analfabetos puros para, na outra, devolvê-los à sociedade como analfabetos funcionais. É isso o que mostram todas as avaliações nacionais, estaduais e até internacionais (Saeb, Enem, Prova Brasil, Pisa, etc.), para vergonha nossa e, o que é pior, para o comprometimento do futuro desta nação, que terá no seu comando elites que, por força de sua formação inadequada, poderão meter os pés pelas mãos na tomada das decisões de interesse estratégico para o país.

Realmente – e isso parece começar a ser percebido pelos analistas --, não é de reformas que precisamos (aqueles articulados quilométricos, que ficam nas declarações do texto legal, sem chegar às salas de aula, e que refletem viezes ideológicos e preconceituosos de técnicos de gabinete, encarregados de sua elaboração). Leis sobre educação temos de sobra e a atual Lei de Diretrizes e Bases (LDB) é, no essencial, correta e satisfatória quanto aos caminhos que indica para a educação: mister se faz cumpri-la e, de preferência, com criatividade e competência no âmbito das escolas, com o apoio e a assistência dos órgãos superiores do sistema que, na sua centralização de poderes, têm mais perturbado do que viabilizado a qualificação dos procedimentos educativos.

Há ações que poderão melhorar em muito o desempenho das escolas, sem necessidade de novas leis. Em recente seminário realizado no Rio de Janeiro, que reuniu quase um milhar de educadores, tive oportunidade de elencar algumas dessas ações que, pela sua simplicidade, podem, sem mais delongas, ser tentadas pelas comunidades escolares em benefício de seus alunos. É o caso de: 1) enxugar e atualizar os atuais currículos em vigor; 2) didatizar os procedimentos docentes, na linha da visão holística dos conhecimentos, com a integração dos conteúdos programáticos; 3) preparar os alunos, mediante a pesquisa bibliográfica, a leitura habitual de jornais e revistas e o acesso sistemático à internet, para o exercício de um autodidatismo inteligente, com vistas à educação permanente pós-diploma; 4) assegurar clareza e correção gramatical na comunicação escrita e oral e na leitura; 5) dar ao aluno capacidade de raciocínio matemático e destreza nas operações básicas; 6) nunca transmitir aos alunos formulações teóricas e abstratas, que não se possam acompanhar de demonstrações práticas de aplicabilidade; 7) enriquecer o currículo com experiências externas, integradas ao plano de ensino, na forma de visitas a locais interessantes, excursões, freqüência a exposições, concertos musicais, indústrias, museus, e outros pontos de apoio ao saber; 8) avaliar periodicamente o progresso dos alunos na aprendizagem, e estudar reposições aos mais lentos no aproveitamento; 9) criar conselhos mistos de professores e pais de alunos para discutir as dificuldades enfrentadas pela escola, em reuniões mensais, para substituir as desgastadas associações de pais e mestres; 10) intensificar, na escola ou em clubes e áreas comunitárias, as atividades esportivas e recreativas para os alunos e seus familiares, etc., etc., etc.

Mister se faz, no entanto que as secretarias e os conselhos de Educação apóiem e estimulem essas mudanças, trocando sua ótica predominantemente burocrática de regramento e controle de cada escola, por uma atitude mais pedagógica e permissiva do uso da liberdade de criação por parte de diretores e professores. Ao mesmo tempo, haveria que estimular as faculdades de educação a formar professores para o uso da liberdade, da inovação e do empreendedorismo pelos alunos, e que os governos buscassem, com prioridade, devolver a dignidade aos mestres, pagando-os com melhores salários, e dando-lhes condições mais adequadas ao desenvolvimento do seu fazer pedagógico. Afinal, só se formarão cidadãos livres, com escolas onde reine maior liberdade de ensino (sem prejuízo, é claro, da qualidade) no dia-a-dia do exercício profissional dos docentes.